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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Feliz Natal (se conseguir)

A hipocrisia domina a sociedade. O que é diferente e o que choca merece ser rechaçado e escondido.
Nunca fui convencional, sempre fui uma alma atormentada, uma alma chata, crítica, humana e estou enojada de fazer parte de uma sociedade que não pensa.
Hoje meu senso crítico chegou a atormentar quem estava ao meu lado, pois hoje, no local onde moro, houve uma festa da chegada do papai noel (pensei que ele só visitasse as pessoas do dia 24 para o dia 25 de Dezembro, mas tudo bem!) e não consegui ficar quieta.
As crianças que ali estavam encantavam-se com o papai noel para elas não é só fantasia é realidade.
Ai é que reside toda a nossa crueldade, pois algumas crianças vivem enviando cartas ao papai noel e não são atendidas, tem que conviver com a realidade em que não há comida no prato na ceia de natal, em que não existem presentes, em que não existe humanidade, calor humano.
Dia 25 de dezembro celebramos, na realidade, a porca festa do capitalismo; uns recebem presentes enquanto outros ficam com os olhos cheios de lágrimas ou uma angústia em seus corações cuja pergunta propulsora é: o que eu fiz? porque sou diferente?
Explique isso a uma criança, explique porque a nossa vida não é justa, explique que os pais não tem culpa disso, eferente a realidade que esta criança enfrenta.
Seja um pai que não tem um real para comprar um presente de natal para o filho, chegue na sua casa no natal e encontre as latas de mantimentos vazias, olhe nos olhos de sua esposa e no de seus filhos e  me diga se consegue ser forte o suficiente para não cair prostrado.
Ninguém quer viver uma realidade dessas, não quero isso para meus filhos (se um dia eu os tiver), não quero que meus filhos sejam frívolos de desconhecer esta realidade e de não fazer nada.
Estou sentada em frente a um bom computador, em uma casa boa, tudo confortável, o papai noel nunca deixou de atender meus pedidos. Nunca tive um natal sem uma ceia farta, sem abraços quentes, sem risos, sem festa, sem árvore de natal, mas conheço a realidade de alguém bem próximo a mim que já não teve nada disso que eu  tive.
Claro que essa pessoa sobreviveu, tornou-se uma pessoa forte.
Veja que até aqui descrevi um péssimo natal baseado em tudo o que poderia faltar em uma família, tudo o que é inconcebível faltar em nossa casa.
O pai de família que chegou em casa e encontrou tudo vazio e sem presente sentiu-se mal por isso, olhou para sua esposa, seus filhos, mas não quedou-se, apesar de sentir toda sua impotência, abraçou seus filhos, pois afinal no natal o que realmente importava era sua família e estavam ali juntos.
O problema de celebrarmos o papai noel e criarmos tantas fantasias reais para crinaças e  esquecemos de ensiná-las de que o que se celebra no natal é a família.
Criamos um consumismo exagerado que pesa sobre os mais necessitados.
Neste natal não deixe um pai, uma família, nessa situação, mas acima de tudo não esqueça de sua família.
Não se esqueça de dar um abraço bem apertado nas pessoas próximas.
Viva a real magia do natal: a fraternidade com o papai noel, mas acima de tudo com sua família.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Solidão?

Existe alguns momentos em nossa vidas que simplesmente nos sentimos só.
O contato com outro ser humano faz tanta falta como o respirar, como a água que tomamos é como se não fossemos completos.
Gosto muito de pensar que somos seres fragmentados que durante todo o transcorrer da vida precisamos juntar nossos pedaços sem nunca conseguir concluir o quebra cabeça da vida.
O mais interessante de enxergar o ser humano como um ser fragmentado é saber que assim que encaixamos algumas peças outras saem correndo de nós e vão logo se encaixar em outra pessoa.
Os fragmentos que unimos à nós e perdemos alguns são a convivência, algo que nos faz aprender, algo que refletimos, fatos que compõem a nossa história.
Por mais que hoje eu me sinta só sei que dentro de mim existem múltiplas experiência e que pelo caminho que já trilhei deixei mil pedaços de mim espalhados.
Muitos riem de mim quando algumas lágrimas sem querer escorrem quando vejo algo que não faria o menor sentido em estar ali chorando, mas algo em mim ainda teima em se emocionar com a vida.
Não pensem que isso bom, incontáveis vezes fico constrangida com isso e teimo em racionalizar meus sentimos em emoções esperadas ou não esperadas, mas quem já me conhece quando enxerga um desses sentimos exagerados afirma: isso é sua cara mesmo!
Meu sentimento de isolamente é facilmente quebrado quando saio das paredes do meu quarto e olho para o céu, ou vou até a varanda, tudo respira.
Ao caminhar conversando com alguém logo vem minha vida romântica da vida aflorando: ei, veja que pássaro mais lindo.
De repente no meio de uma missa me vejo com lágrimas nos olhos ao ver a inocência de uma criança ao estender a mãozinha e desejar paz de Cristo (ela realmente acredita naquilo, não conhece a história da igreja).
Então quando este sentimento me assola fico realmente triste, pois diante de tanta história, tanta vida, tantas pessoas em nosso caminho eu me concentro em apenas em um minto e faço daquilo um martírio.
Tal sentimento de decepção por solidão é inconcebivel para mim, mas sei que seria muito egoísmo de minha parte acreditar que as pessoas devessem enxergar e viver o mundo como eu.
Para não falarem que sou hipócrita eu gostaria muito que os motoristas de minha cidade cumprissem ma lei e que houvessem mais obras de trânsito pensando no pedestre, pois quase morri atropelada em cima da faixa de pedestre, neste caso, não nego, eu fico furiosa., nesse caso gostaria mesmo que as pessoas fossem da forma que concebo, acho que talvez essa ideia seja só uma forma de tentar ficar viva.
Como disse no início gosto muito de pensar que somos feitos de fragmentos, pois veja bem o sentimento de solidão que antes pairava sobre mim já não existe mais em contrapartida existem fragmentos de mim espalhados nessas palavras que quem ler certamente me levará consigo permitindo, assim, que jamais fique só...