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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quem sou eu?

Sou alguém que passa do outro lado da rua.
Sou quem você não nota.
Sou a sombra.
Sou o visível.
Sou o invisível.
Sou o dia.
Sou a noite.
Sou o riso.
Sou o pranto.
Sou uma eterna desconhecida em busca de dizer quem sou.
Sou um livro com páginas em branco que mal sei escreve-las.
Sou a solidão.
Sou a multidão.
Sou aquilo que você é.
Sou o sentimento que muitos preferem esquecer.
Sou a razão com sede de sabedoria.
Sou a messa pessoa que você, apenas em contornos diferentes com sentimentos tão iguais e tão distintos aos seus.
Sou um ponto de interrogação que busca respostas para tudo o que sente e tudo o que vê.
Sou a flor que nasce escondida entre as construções.
Sou a casa no fundo do corredor de arranha-céus.
Sou o antigo.
Sou o novo.
Sou o ser adormecido que te pede: Acorde!!


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O agridoce

Tem dias que fazem questão de ser caprichoso de demorar a acabar e quando acabam estamos um trapo não só fisicamente como espiritualmente.
De fato temos tanto problemas e contra tempos durante o transcorrer do dia que sempre ao final trazemos mágoas, risos, raiva, piadas, conversas, dúvidas, medos entre outros sentimentos.
Alguns problemas permanecem, alguns se resolvem com o tempo e outros simplesmente não tem solução.
Assim, hoje, depois de um dia longo que não chegava ao fim fui surpreendida com um desses dias em que o final de um dia que seria apenas longo torna-se complicado e  te roubam a noite de reflexão, mas para meu azar ou sorte não tive muito tempo para pensar nisso tive que fazer compra.
Presa em meu mundo pegava os produtos da lista ora brava com o ocorrido, ora achando graça, não nego que algumas vezes atropelei umas pessoas, mas em um desse encontros voltei me para o mundo que estava fora de mim.
Observei as feições das pessoas, muitos trabalhadores com feições cansadas depois de um dia que , assim como o meu, foi longo.
Reparei que o tempo, o labor, a falta de proteção, a vida dura marcavam suas faces, mas havia algo em que ainda acreditavam.
As crianças corriam pelos corredores em seu mundo de fantasias, algumas pequenas adormecidas e carregadas por seus pais.
Algumas cenas dava para ver o carrinho de compras abarrotado de produtos e enquanto outros tinham que se decidir entre comprar o arroz ou o feijão.
Percebi que não estou só em meu mundo de problemas e me senti muito mal, pois sei que minhas preocupações e problemas realmente são pequenos perto de muitas vidas que ali encontravam-se.
Contudo, não vou colocar uma máscara sobre minha personalidade e fingir que daqui para frente não me preocuparei mais, porque eu irei continuar preocupando e tentando resolver questões cotidianas que chamamos de problemas.
Assim como eu, sei que cada um continua lutando e vivendo porque acredita em dias melhores, porque a vida não é só feita de coisas, porque a vida é realmente mágica, tenho tantos porquês, mas uma coisa é certa a vida é agridoce para todos os seres humanos.
Talvez por estarmos em uma constante insatisfação perseguindo e fantasiando uma felicidade impossível de ser atingida, talvez porque a dor faça parte de nós, tenho muitas teoria a respeito, no entanto nenhuma me parece ser satisfatória o bastante, pois acho que são todas e ao mesmo tempo não é nenhuma.
O pior de tudo isso é perceber que por mais que problematizemos nossos dias estamos morrendo a cada segundo, não haverá eternidade, estamos com nossos dias contados, alguns com mais sorte de viver mais e outros com o azar de viver menos.
Estamos unidos por nossa condição humana querendo ou não, mas continuamos vivendo porque temos planos, esperanças e problematizamos tudo isso e muito mais.
Acho que posso suportar meus problemas sem maiores questionamentos, posso carregar as faces que vi hoje em meu intimo, posso expressar que ser criança é realmente mágico,  posso esquecer tudo por um segundo e me sentir a pessoa mais sortuda do mundo porque por pior que estivesse me sentido enxerguei algo além de mim e me fez me sentir como a muito tempo não me sentia: fraca, humana, desprotegida e mortal.
A vida é realmente agridoce!